segunda-feira, 8 de março de 2010

O dia marcado para a morte

Não era tão tarde assim, pensei.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Ao cair da noite

O dia, então, partia mais uma vez. Riscos vermelhos, cor de sangue, cortavam o sereno azul que se apagava entre as estrelas.
Era como se uma sombra negra invadisse as entranhas de sua alma. O ar que respirava lhe envenenava o coração.
Por um momento sentiu frio, e o medo cobriu-lhe todo o tipo de sentimento que pudera ter. Estava vazio, e já não mais cantava. Era apenas uma alma em decomposição cujo corpo ainda não havia se desintegrado.
Lembrou-se dos sorrisos, da troca de olhares e de todas as palavras que acreditara ser de um amor recíproco. Estivera enganado ao pensar que alguém como ele seria o responsável por causar paixão à uma doce menina. A doce menina farsante, que fingiu amar o desconhecido. A garota calculista que armou um labirinto de rosas, onde apenas sangue brotaria de suas pétalas.
Estava dilacerado e fraco demais para pensar.

A noite, então, desabou em escuridão.
Não saberia dizer quanto tempo estivera ali, parado no mesmo lugar com sua mesma expressão dura e cruel marcando-lhe o rosto melancólico.
Queria poder tirar-se dali, do seu pequeno mundo conturbado, de suas fracas ilusões e sonhos impossíveis. Sua cabeça pesava-lhe as idéias.
Quis chorar, e chorou. Talvez de uma forma como nenhum outro humano o faria. Chorou como choram os deuses pela raça dos perdidos.

Ao cair da noite...

segunda-feira, 1 de março de 2010

Ao cair da noite

Sorriu. Lá estava o jovem rapaz a se imaginar. Sonhava com suas histórias de amor, seus sentimentos afloravam à pele, seu olhar tudo demonstrava e nada deixava escapar.
Caminhou pelas ruas vazias, trôpego, estava embriagado de amor. Suas idéias não respondiam aos seus atos, era como estar flutuando por entre nuvens de algodão. Deixou-se levar pela música que lhe roubava a lucidez, não queria mais pensar em dor e tristeza.
Chegaria em casa, e ligaria para a amada... não! Talvez devesse partir agora mesmo, rumo ao amor. Talvez se encontrariam sob o olhar da lua, e se amariam eternamente em um sonho de uma noite de verão. Talvez...
Eram tantos "talvez", que fosse melhor esperar. Esperaria a razão e agiria com a certeza de fazer a coisa certa.

************

continua...